
Como chegamos até aqui: o que mudou na taxação
A taxa das blusinhas se tornou um dos temas mais comentados do ano, especialmente após a decisão de 2024 que passou a taxar também produtos abaixo de 50 dólares, mesmo após o próprio governo ter afirmado que essa faixa seria isenta.
A aprovação ocorreu de forma simbólica, passando pela Câmara e pelo Senado, e acabou sendo sancionada — decisão que até hoje gera críticas tanto de consumidores quanto de especialistas.
Desde então, o impacto foi evidente:
- Importações caíram 49% no primeiro ano
- Não houve aumento significativo de empregos no comércio nacional
- Correios registraram prejuízos elevados
- Consumidores de baixa renda foram os mais afetados
- O país perdeu diversidade e competitividade no mercado de importados
A medida mostrou que a promessa de fortalecer a indústria nacional não se confirmou na prática.
Por que agora se fala em revogação?
O ponto crucial está no fator político. A discussão voltou aos holofotes por três motivos principais:
- Pressão popular
Consumidores ficaram insatisfeitos com os preços e a queda brutal nas promoções — algo muito visível este ano, especialmente durante o 11/11. - Interesse eleitoral
Dentro da própria campanha de reeleição, a eliminação da taxa para encomendas abaixo de 50 dólares é vista como um gesto que poderia recuperar popularidade perdida. - Relatório na Câmara
O deputado Kim Kataguiri é o relator do projeto que revoga oficialmente a taxa, e sua articulação reabriu a discussão no Congresso.
Por causa desse conjunto de fatores, o tema voltou fortemente à mídia.
O que está travando a votação?
Apesar da mobilização, a votação ainda não foi colocada em pauta.
O que falta?
- O assunto viralizar
A leitura interna em Brasília é clara: sem pressão popular, sem repercussão e sem mídia comentando diariamente, o tema “não anda”. - Cálculo político
Parlamentares avaliam o impacto da medida na popularidade de candidaturas, o que acaba pesando mais do que o mérito da proposta. - Timing crítico
Como o próprio relator explicou, se a votação não ocorrer até o Natal, as chances de aprovação caem drasticamente.
O que está acontecendo nos bastidores?
Informações enviadas de forma reservada por pessoas próximas ao processo indicam:
- A revogação interessa eleitoralmente à esquerda, que tenta assumir a narrativa do “fim da taxa”
- Parte da direita está dividida, já que remover a taxa agora poderia fortalecer a campanha presidencial
- A mídia está começando a ativar a discussão — um sinal de que o tema está sendo “testado” para medir a reação do público
Portais como Globo, Veja, Exame, Infomoney e TudoCelular já noticiaram intensamente o assunto, o que costuma ser o primeiro passo antes de uma votação de alto impacto.
A taxa pode cair antes da Black Friday?
Tecnicamente, sim, mas é improvável sem uma grande pressão popular imediata.
O mais realista hoje:
- pode ser votada antes da Black Friday, mas é incerto
- pode ser votada antes do Natal — o prazo considerado decisivo
- se não entrar na pauta até dezembro, o projeto perde força
Neste momento, tudo depende de:
- impacto nas redes sociais
- repercussão da mídia
- articulação política interna
Até agora, não há nenhum indicativo de derrota — ninguém envolvido afirmou que “não vai acontecer”. Mas também não há data confirmada.
O que sabemos com certeza
- A revogação está sendo discutida.
- O relator segue defendendo o fim da taxa.
- A mídia está impulsionando a narrativa.
- Existe interesse político forte na pauta.
- Nada está garantido, mas nada foi descartado.
- A decisão é estratégica e não econômica.
E, principalmente:
O tema precisa viralizar para se mover.
Conclusão
O fim da taxa das blusinhas é tecnicamente possível, politicamente conveniente e socialmente esperado — mas depende de pressão popular e de articulação nas próximas semanas. A votação pode acontecer antes da Black Friday, mas o cenário mais provável é que seja decidida até o Natal, como forma de impacto eleitoral para 2025.
