
O Samsung Galaxy Trifold finalmente foi anunciado e chega como a proposta mais ousada da marca no mundo dos dobráveis: um smartphone que dobra em três partes e, quando totalmente aberto, vira praticamente um tablet de 10 polegadas. A ideia é clara: focar em produtividade e em um público mais nichado, que precisa de muito espaço de tela sem abandonar a mobilidade.
Ao mesmo tempo, ele não chega para substituir o Galaxy Z Fold 7, mas sim para complementar a linha e testar até onde o mercado está disposto a ir com aparelhos cada vez maiores, mais finos e mais caros. A seguir, uma análise detalhada do Galaxy Trifold, com foco em usabilidade, design, hardware, bateria, produtividade e no que muda em relação ao Z Fold 7.
O que é o Samsung Galaxy Trifold e qual a proposta dele
O Galaxy Trifold é um dobrável triplo da Samsung que segue a lógica base do Z Fold: um “celular que vira tablet”. Só que aqui a ideia vai além:
- Fechado, ele se comporta como um smartphone mais espesso e pesado.
- Aberto totalmente, ele se transforma em uma tela de aproximadamente 10 polegadas, bem próxima de um tablet da linha Galaxy Tab S11.
Na prática, a proposta é:
- Ser um tablet portátil disfarçado de celular,
- Focado em produtividade pesada: multitarefa, uso com teclado e mouse, Dex, edição de conteúdo, janelas lado a lado, etc.
Diferente do Z Fold 7, que ainda tenta equilibrar o uso como smartphone no dia a dia, o Trifold se aproxima mais da ideia de “tablet dobrável com funções de smartphone”.
Design, materiais e acabamento do Galaxy Trifold
No visual, o Galaxy Trifold segue a linha do Z Fold, mas com algumas diferenças importantes:
- Traseira em fibra de carbono, em vez de vidro tradicional.
- Layout geral semelhante ao Z Fold, mas adaptado para acomodar a terceira dobra.
- Capinha que já vem na caixa com textura que acompanha o padrão da traseira.
A grande mudança está na espessura e no formato quando fechado:
- Em uma das partes (onde ficam as câmeras e a entrada USB), ele tem 4,2 mm de espessura.
- Nas outras duas bordas, a espessura fica em 3,9 mm.
- Fechado completamente, o corpo totaliza 12,9 mm.
Para efeito de comparação:
- O Galaxy Z Fold 7 mantém a mesma espessura de módulo de câmera, mas tem apenas 8,9 mm no total.
- Ou seja, o Trifold soma aproximadamente 3,9 mm a mais de espessura em relação ao Fold.
Esse aumento de espessura se reflete diretamente em:
- Maior sensação de volume no bolso,
- Aparelho mais “tablet” do que “celular grande”,
- Uso mais confortável apoiado na mesa do que segurando por longos períodos com uma mão.
Peso, ergonomia e sensação de uso
O Galaxy Trifold pesa 309 g, o que o coloca acima da maioria dos smartphones e até de muitos dobráveis tradicionais. É um aparelho naturalmente mais pesado, pensado para:
- Ser usado dobrado como celular em momentos rápidos,
- E, principalmente, aberto como um tablet, em mesas, suportes ou tripés.
Na prática:
- Ele é menos amigável para uso casual na rua,
- E muito mais interessante para quem realmente vai trabalhar, estudar, consumir mídia ou editar conteúdo numa tela grande.
Tela tripla e experiência de uso como tablet
O grande diferencial do Galaxy Trifold é o conjunto de telas que, ao final, entregam aproximadamente 10 polegadas quando totalmente aberto. Isso coloca o aparelho na mesma faixa de uso de um tablet tradicional como o Tab S11.
A lógica de uso é:
- Tela externa para tarefas rápidas, mensagens, redes sociais e uso de rua.
- Tela interna tripla para:
- Multitarefas,
- Edição de vídeo,
- Escrita de textos longos,
- Consumo de conteúdo em tela ampla,
- Uso com teclado e mouse via Dex.
Seguindo a mesma filosofia do Galaxy Z Fold 7:
- A tela externa é mais brilhante que a interna, chegando a cerca de 2.600 nits, justamente por ser mais usada ao ar livre.
- A tela interna também é muito brilhante, com algo em torno de 1.600 nits, mais do que suficiente para uso em ambientes internos e escritórios.
O objetivo é simples:
- Na rua, você usa o aparelho fechado, aproveitando a tela externa mais clara.
- Em casa, no trabalho ou no carro, você abre o aparelho para usar a tela maior, com produtividade focada.
Hardware: processador, memória e câmeras
O Galaxy Trifold vem com um hardware de topo, reaproveitando muito do que já funciona bem no Galaxy Z Fold 7.
Processador e gerenciamento de energia
Ele traz o Snapdragon 8 Elite for Galaxy, que é basicamente um Snapdragon 8 Elite G4 adaptado:
- Clocks ajustados para reduzir consumo e aquecimento,
- Foco em equilíbrio entre desempenho e autonomia,
- Pensado para segurar bem a bateria mesmo com tela grande.
Na prática, a ideia é:
- Diminuir a frequência em tarefas menos pesadas,
- Manter potência quando necessário,
- E, com isso, evitar que a bateria gigantesca seja drenada rápido demais.
RAM
O aparelho chega com:
- 16 GB de RAM,
- espaço mais que suficiente para multitarefa pesada, Dex, apps profissionais, janelas lado a lado e uso avançado.
Câmeras
O conjunto de câmeras é basicamente o mesmo do Z Fold 7, reaproveitado:
- Câmera frontal e interna de 10 MP,
- Sistema traseiro idêntico ao do Z Fold 7.
Ou seja:
- Nada de revolução em fotografia ou vídeo,
- A prioridade aqui foi engenharia de dobra, tela e bateria, não câmeras.
Bateria: da teoria à prática
A maior mudança em relação ao Z Fold 7 está na bateria:
- Z Fold 7: 4.400 mAh
- Galaxy Trifold: 5.600 mAh
Em números, é um salto considerável, mas ainda assim:
- Não chega a ser uma bateria gigantesca se comparada ao tamanho da tela de 10″.
- A curiosidade natural é: “vai durar mesmo?”
A experiência prática com o Z Fold 7 já mostrou que a Samsung:
- Ajustou bem o gerenciamento de energia,
- Otimizou o uso de tela interna vs. externa,
- E, com o processador “for Galaxy”, conseguiu entregar um dia de uso com razoável tranquilidade.
Aplicando a mesma lógica ao Trifold:
- A tendência é que ele não seja um monstro de bateria,
- Mas entregue um dia de uso equilibrado, especialmente para quem:
- passa boa parte do tempo na tela externa,
- abre o tablet mais em momentos pontuais de trabalho.
Funções de produtividade: Dex, multitarefa e “modo notebook”
O Trifold não existe apenas por ser “exótico”. Ele é quase uma central de produtividade dobrável.
Destaques:
- Samsung Dex nativo:
- Permite conectar teclado e mouse e usar o aparelho como se fosse um mini notebook.
- Interface parecida com desktop, ideal para escrever textos longos, organizar arquivos, responder e-mails, trabalhar com planilhas e apresentações.
- Capinha com suporte (pezinho):
- Permite deixar o aparelho apoiado na mesa,
- Transformando-o em uma espécie de mini notebook ou monitor.
- Uso em múltiplas janelas:
- Tela de 10″ dá espaço real para dividir em duas ou três áreas produtivas,
- Exemplo: texto de um lado, navegador do outro, player de vídeo em uma terceira janela.
Aqui a proposta fica clara:
- O Galaxy Trifold não é apenas um smartphone grande,
- É um tablet dobrável que concentra funções de notebook, tablet e celular em um só dispositivo.
Comparação de formato: Trifold vs Z Fold 7 vs Huawei com “Z” externo
Para entender onde o Trifold se encaixa, vale comparar os formatos.
Galaxy Trifold (Samsung)
- Tela interna protegida: fecha “para dentro”, como o Z Fold.
- Tela externa separada da interna.
- Quando fechado, a tela principal fica escondida e protegida contra riscos.
- Uso principal:
- Tela externa no dia a dia,
- Tela interna tripla para tarefas mais sérias.
Formato estilo Huawei Mate XT (tela que dobra em Z para fora)
- A mesma tela serve como:
- parte externa,
- duas colunas internas,
- tríplice abertura.
- Vantagem:
- Mais formas de uso intermediário,
- Mais liberdade de layout.
- Desvantagem:
- Tela fica exposta boa parte do tempo,
- Muito mais risco de risco físico, principalmente nas bordas.
Z Fold 7 (dobrável “simples”)
- Uma dobra única, formato já consolidado.
- Tamanho de smartphone quando fechado.
- Tela interna grande quando aberta, mas ainda relativamente compacta e usável com as duas mãos.
- Para muita gente, é o limite ideal entre:
- mobilidade,
- produtividade,
- peso e ergonomia.
Tabela comparativa: Galaxy Trifold vs Galaxy Z Fold 7
Abaixo, um resumo dos pontos principais citados em relação aos dois dobráveis da Samsung.
| Característica | Galaxy Trifold | Galaxy Z Fold 7 |
|---|---|---|
| Formato | Dobra em três (trifold) | Dobra em duas partes (fold) |
| Tela interna | ~10″ (estilo tablet) | Tela grande, porém menor que 10″ |
| Tela externa | Mais brilhante, focada em uso de rua | Mais brilhante que a interna |
| Espessura total | 12,9 mm | 8,9 mm |
| Peso | 309 g | Menor que o Trifold |
| Bateria | 5.600 mAh | 4.400 mAh |
| Processador | Snapdragon 8 Elite for Galaxy | Snapdragon 8 Elite for Galaxy |
| RAM | 16 GB | Até 16 GB (dependendo da versão) |
| Câmeras | Mesmo conjunto do Z Fold 7 | Conjunto original Fold 7 |
| Foco principal | Tablet de produtividade que vira celular | Smartphone que vira tablet |
| Uso ideal | Produtividade pesada, nicho | Uso híbrido entre celular e tablet |
| Proteção da tela interna | Total (fecha para dentro) | Total (fecha para dentro) |
Para quem o Galaxy Trifold faz sentido
O Galaxy Trifold não é um aparelho “para todo mundo”. Ele mira um público específico, disposto a:
- Pagar bem mais caro – na Coreia, o preço é cerca de 50% acima de um Z Fold, algo entre US$ 2.500 e US$ 3.000 na conversão aproximada da moeda local.
- Sacrificar um pouco de:
- portabilidade,
- leveza,
- versatilidade para uso casual.
Ele faz mais sentido para quem:
- Quer substituir um tablet por algo mais portátil,
- Usa muito multitarefa, Dex, teclado e mouse,
- Trabalha com:
- edição leve de vídeo,
- escrita de textos,
- planilhas,
- dashboards,
- leitura de PDFs e documentos longos,
- Precisa de um dispositivo “tudo em um” para viagens e mobilidade.
Já quem:
- Quer um dobrável para ter tela maior sem abrir mão do formato de smartphone,
- Não precisa de uma tela de 10″,
- Se preocupa com peso, custo e ergonomia,
vai continuar encontrando no Galaxy Z Fold 7 um ponto de equilíbrio muito mais interessante.
Limitações e desafios do Galaxy Trifold
Alguns pontos pesam contra o Trifold:
- Peso elevado (309 g): pode ser desconfortável para uso prolongado na mão.
- Espessura maior: mais volumoso no bolso, bolsa ou mochila.
- Menos modos intermediários de uso que alguns concorrentes com dobra em “Z” para fora.
- Poucas novidades em câmera: reutiliza o conjunto do Z Fold 7, não é um salto em fotografia.
- Preço bem mais alto: posicionado como produto de nicho, não como “dobrável para massas”.
Além disso:
- Quando aberto em tripé ou suporte, ele se aproxima muito mais de um tablet,
- O que torna menos prático usar como “celular de vlog” em tripé ou setups pequenos.
Conclusão: o Galaxy Trifold é o futuro dos dobráveis?
O Galaxy Trifold cumpre um papel importante no portfólio da Samsung:
- Mostra até onde a marca consegue ir em termos de engenharia,
- Abre espaço para testar soluções de bateria, espessura, dobradiça e materiais,
- E serve como laboratório tecnológico para que melhorias cheguem em outros modelos, como o próprio Z Fold 7 e gerações futuras.
Ele não parece nascer com a missão de ser um campeão de vendas:
- É caro, pesado e muito específico,
- Deve atingir um público menor, que realmente precisa de um “tablet dobrável que também é celular”.
Enquanto isso, o Galaxy Z Fold 7 continua sendo o modelo mais equilibrado para a maioria dos usuários que querem:
- um smartphone que vira tablet,
- boa produtividade,
- menos peso,
- mais conforto no uso diário.
O Galaxy Trifold funciona mais como uma vitrine de tecnologia e como ferramenta para profissionais muito específicos, enquanto ajuda a empurrar todo o ecossistema de dobráveis da Samsung para frente, abrindo caminho para aparelhos mais finos, mais leves e com mais bateria no futuro.

