
A LG apresentou a Micro RGB Evo, uma tecnologia que chega para evoluir o que a gente conhece hoje como Mini LED — e que deve ganhar muito destaque nos anúncios do começo de 2026, porque esse período é quando as marcas começam a revelar novidades para a CES (o maior evento do setor, no início de janeiro).
O ponto mais importante aqui é entender: Micro RGB Evo não é MicroLED. Apesar do nome parecer “MicroLED”, a proposta é outra: é uma evolução do LCD com Mini LED, só que agora com LEDs que já emitem cores RGB individualmente, trazendo ganhos grandes em cor e brilho.
O que é Micro RGB Evo e por que o nome confunde
Hoje, quando alguém lê “micro RGB”, pode achar que se trata de MicroLED (aquela tecnologia caríssima que chega perto do OLED em qualidade). Mas a Micro RGB Evo é diferente:
- MicroLED: painéis com LEDs microscópicos formando imagem com controle por pixel (muito caro).
- Micro RGB Evo: continua sendo um painel LCD com retroiluminação avançada, mas com uma mudança crucial: os Mini LEDs passam a ser RGB.
Ou seja: é uma “turbinada” no Mini LED, e não uma troca para MicroLED.
Como as TVs LED e Mini LED geram cor hoje
Para entender a mudança, vale simplificar como funciona a maioria das TVs atuais (LED, QLED, Mini LED):
- a luz do backlight (retroiluminação) geralmente é branca ou azul
- o painel LCD e suas camadas (pixels e subpixels) filtram essa luz para criar as cores
- em muitos casos, entra uma camada extra de pontos quânticos (Quantum Dot / QLED) para melhorar cor e brilho
Isso funciona muito bem, mas sempre existe perda e “impureza” na cor, porque a TV está filtrando luz em vez de emitir a cor diretamente.
O que muda no RGB Mini LED e na Micro RGB Evo
A sacada do RGB Mini LED (e do que a LG está chamando de Micro RGB Evo) é:
- o Mini LED deixa de emitir apenas luz branca/azul
- e passa a emitir vermelho, verde e azul (RGB) diretamente
Isso traz ganhos importantes:
- cores mais puras (menos dependência de filtros e camadas)
- mais volume de cor (cores fortes mesmo em brilho alto)
- mais brilho potencial (porque há menos “perda” no processo)
E tem um detalhe bem interessante: com RGB Mini LED, a TV pode reduzir ou até dispensar a necessidade de uma camada tipo QLED (pontos quânticos) para alcançar cores fortes e brilho alto.
Por que essa tecnologia é tão relevante para 2026
Essa evolução está no centro do mercado porque muita gente quer uma TV que:
- chegue perto do OLED em impacto visual
- mas mantenha vantagens do LCD/Mini LED como brilho alto e tamanhos grandes
E a realidade é: Mini LED já entrega muito, mas ainda tem limites. A Micro RGB Evo aparece justamente para empurrar esses limites.
Primeiro modelo citado: LG MRGB95 e tamanhos grandes
Segundo as informações do texto, a LG já teria um modelo associado a essa tecnologia, chamado MRGB95, começando em tamanhos grandes:
- 75″ até 100″
Isso indica um foco inicial em público premium, por dois motivos:
- produção e custo (nova tecnologia geralmente estreia cara)
- tamanho grande facilita colocar mais zonas e mostrar “impacto” em brilho/cor
Local Dimming: o coração do Mini LED continua sendo essencial
Mesmo com RGB Mini LED, ainda é uma TV LCD. Então ela continua dependendo de:
- Local Dimming (controle por zonas de iluminação)
O texto menciona a ideia de mais de 1000 zonas. Isso é importante porque quanto mais zonas:
- menos “vazamento de luz” (blooming)
- melhor contraste percebido
- melhor HDR em cenas com brilho e sombras
Mas aqui entra um ponto prático: em TVs de tamanhos diferentes, o número de zonas costuma variar. Em geral:
- tamanhos maiores → mais zonas
- tamanhos menores → menos zonas
Então, se a linha começa em 75″, é bem provável que a versão de 100″ seja a que mais se beneficia desse número alto de zonas.
Micro RGB Evo vai “bater” OLED?
Ela melhora muito o Mini LED, mas ainda não elimina as diferenças fundamentais para o OLED.
Onde o OLED ainda costuma vencer
- preto perfeito (pixel desligado de verdade)
- contraste infinito
- zero blooming
- tempo de resposta extremamente rápido (ótimo para games e cenas rápidas)
Onde o Micro RGB Evo pode brilhar (literalmente)
- brilho máximo bem mais alto
- cores fortes em alto brilho (volume de cor)
- tamanhos gigantes mais viáveis
- potencial para HDR muito impactante em ambiente claro
Na prática, a Micro RGB Evo tende a ser uma evolução excelente para quem gosta de brilho alto e telas enormes, mas não “mata” o OLED. Ela entra como uma alternativa premium dentro do mundo LCD/Mini LED.
Pico de brilho: de 4.000 nits até números surrealistas
Um ponto que chama muita atenção é a conversa sobre brilho:
- Mini LED topo de linha já passa de 2.000–3.000 nits em alguns casos
- RGB Mini LED abre margem para números ainda mais altos
- existe menção até de 10.000 nits como possibilidade teórica/objetivo
Na vida real, o que importa não é só o número máximo, e sim:
- como a TV mantém brilho sem destruir as cores
- se o HDR fica “forte” sem estourar detalhes
- se o local dimming segura bem as cenas escuras
E é exatamente aí que o RGB no backlight pode ajudar bastante.
O que esperar de preço e posicionamento
Como toda tecnologia nova, o cenário mais provável é:
- estreia em modelos caros e grandes
- vira “vitrine” da marca em 2026
- vai descendo para tamanhos mais “normais” com o tempo
- começa a substituir o Mini LED tradicional em algumas linhas
Ou seja: no começo, deve ser TV para quem quer o “máximo”, mas a tendência é essa tecnologia aparecer cada vez mais em modelos futuros.
Para quem a Micro RGB Evo faz mais sentido
Essa tecnologia tende a ser muito interessante para:
- salas muito iluminadas (brilho alto faz diferença real)
- quem quer HDR forte e imagem “impactante”
- quem quer TV gigante (75″+) sem partir para OLED gigante (que costuma ser bem caro)
- quem gosta de cor intensa e imagem vibrante sem perder “pureza” de cor
Já para quem prioriza:
- assistir no escuro total
- preto absoluto e contraste máximo
- filmes com muitas cenas noturnas e letterbox
O OLED ainda deve continuar sendo a referência.
Micro RGB Evo vai substituir o Mini LED tradicional?
Se a tecnologia se tornar mais acessível, ela tem tudo para virar o “novo padrão premium” do LCD, porque resolve dois pontos que o Mini LED tradicional sempre tenta melhorar:
- cor mais pura
- brilho mais alto com volume de cor
Mas ela não elimina completamente os limites do LCD, então a substituição deve ser gradual e convivendo com OLED por bastante tempo.
