Depois de dois anos e meio sem atualizações, a Apple finalmente lançou o novo iPad de 11ª geração. Visualmente quase idêntico ao modelo anterior, ele chega com pequenas melhorias e um desempenho significativamente maior. Mas será que essas mudanças justificam a compra? E será que ele ainda faz sentido com os modelos Air e Pro cada vez mais acessíveis? Veja abaixo a análise completa.
Design: Quase um Déjà Vu
A Apple manteve seu padrão visual: corpo de alumínio, laterais retas, câmera única na traseira moldada no próprio corpo metálico. As únicas diferenças visuais em relação ao iPad de 10ª geração são:
- Remoção das inscrições traseiras (ficou mais “clean”)
- Reposicionamento da câmera frontal para a lateral horizontal
- Mesma estrutura do iPad Pro e Air M3, mas sem o quadrado das múltiplas câmeras
Apesar das semelhanças, os conectores do teclado mudaram de lugar, o que impede o uso de capas antigas do Air e Pro.
Compatibilidade com Acessórios
Acessório | Compatibilidade |
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Apple Pencil 1ª Geração | Sim (com adaptador Lightning) |
Apple Pencil USB-C | Sim |
Magic Keyboard Folio | Sim (modelo específico) |
Capas antigas do Pro/Air | Não |
A Apple ainda não incluiu acessórios na caixa, e o carregador é de 20W. Para quem deseja economizar, opções como a WB Pencil (R$ 50) e teclados Logitech Bluetooth (R$ 350) são boas alternativas ao combo oficial da Apple que ultrapassa R$ 1.000.
Tela: Mesma de Três Anos Atrás
Especificação | Detalhes |
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Tipo de tela | IPS LCD |
Tamanho real | 10,9 polegadas |
Brilho máximo | 500 nits |
Resolução | 1640 x 2360 pixels |
Densidade | 264 ppi |
HDR / 120Hz / Ceramic | Não disponível |
Mesmo que a Apple divulgue como “11 polegadas”, é exatamente o mesmo painel da 10ª geração. Não há suporte a HDR, 90Hz ou 120Hz — algo justificável para a categoria básica, mas que poderia melhorar em 2025, especialmente no brilho e tecnologia.
Processamento: Agora com Apple A16 Bionic
O principal avanço do novo iPad está no seu chip A16 Bionic, o mesmo usado no iPhone 14 Pro.
Processador | Apple A16 Bionic |
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CPU | 5 núcleos |
GPU | 4 núcleos |
RAM | 6 GB |
Armazenamento | 128 GB até 512 GB |
Melhorias:
- 30% mais desempenho que o A14 do modelo anterior
- Renderização de vídeos em Full HD similar ao iPad Air M3
- Suporte fluido a jogos pesados como Genshin Impact e Asphalt Legends
Limitações:
- Não é compatível com Apple Intelligence (mínimo de 8 GB RAM)
- Sem suporte a monitor externo com tela expandida
- Sem suporte a jogos portados de console como Resident Evil ou Assassin’s Creed
Bateria: Econômica, Mas com Consumo Irregular
Capacidade | 7.698 mAh |
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Carregamento | 20W incluso na caixa |
Tempo de carga | 2h20min (com carregador padrão) |
Testes de Consumo:
Uso | iPad 11 | iPad 10 |
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Gravação 4K 30fps | 20% | 10% |
Navegação / redes sociais | 12% | 12% |
YouTube | 17% | 9% |
Genshin Impact | 28% | 24% |
Asphalt Legends | 16% | 32% |
Conclusão: em atividades leves e uso geral, o A16 é mais eficiente. Em tarefas pesadas, ele consome mais que o A14.
Câmeras: Só o Básico
Lente | Especificações |
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Traseira | 12 MP f/1.8 |
Frontal | 12 MP ultra-wide (Center Stage) |
Gravação de vídeo | Traseira: 4K / Frontal: Full HD |
- A câmera traseira é útil para escaneamento de documentos, mas não para fotografia ou vídeos do dia a dia.
- A frontal funciona bem para chamadas, com Center Stage ajustando o enquadramento automaticamente.
- Câmera macro ou modo noturno não existem.
Preço no Brasil (lançamento)
Modelo Base | Valor |
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Wi-Fi (128 GB) | R$ 4.499,00 |
Wi-Fi + Celular (128 GB) | R$ 5.899,00 |
Kit completo oficial | + R$ 1.000 (teclado + Pencil) |
No Mercado Livre já é possível encontrar por R$ 3.999, e a tendência é que ele fique abaixo dos R$ 3.500 até o meio de 2025.
Comparativo com o iPad 10
Recurso | iPad 10 | iPad 11 |
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Processador | Apple A14 | Apple A16 |
Armazenamento base | 64 GB | 128 GB |
Gravação 4K | Sim | Sim |
RAM | 4 GB | 6 GB |
Atualizações futuras | Até 2028 | Até 2030 |
Suporte a Apple Intelligence | Não | Não |
Veredito Final: Vale a Pena?
Vale a pena comprar se você:
- Quer um iPad rápido, eficiente e com bom armazenamento.
- Vai usá-lo para estudos, consumo de mídia, produtividade leve e jogos ocasionais.
- Planeja economizar e encontrar ele por menos de R$ 3.500 em promoções.
Não vale a pena se você:
- Já possui um iPad de 10ª geração e está satisfeito.
- Precisa de mais RAM, recursos de IA ou suporte a monitor externo.
- Quer produtividade intensa (vale mais o investimento em um iPad Air M2/M3 com chip M1 ou M2).
Conclusão
O iPad 11ª geração entrega o que promete: performance sólida, visual refinado, boa duração de bateria e atualizações prolongadas. Ainda assim, é um upgrade modesto. O grande avanço foi no chip A16 e no armazenamento dobrado, mas com limitações em IA, multitarefa e suporte profissional. Para a maioria dos usuários, ele vai cumprir muito bem seu papel — desde que seja adquirido pelo preço certo.
A dica é clara: espere ele chegar a pelo menos R$ 3.500 para realmente valer a pena em 2025.
