
Anunciado como a grande revolução em design da Apple, o iPhone Air tinha tudo para ser um sucesso. Fino, leve e elegante, o modelo prometia redefinir o conceito de portabilidade — mas, poucas semanas após o lançamento, já enfrenta queda nas vendas, devoluções em massa e corte drástico na produção.
De acordo com o Wall Street Journal, a Apple deve reduzir em até 80% a fabricação do iPhone Air até o início de 2026, após constatar uma demanda muito abaixo do esperado.
Um lançamento que não empolgou
Pesquisas da Consumer Intelligence Research Partners (CIRP) mostram que apenas 10% dos compradores de iPhone nos EUA optaram pelo Air nas primeiras semanas. Em contraste, os modelos iPhone 17 Pro e 17 Pro Max enfrentam prazos de entrega de até três semanas devido à alta procura, enquanto o Air permanece disponível para envio imediato — um claro sinal de baixa adesão.
Mesmo com forte investimento publicitário, o modelo foi rapidamente classificado por analistas como uma “vitória de marketing, não de vendas”.
O motivo do fracasso: forma acima da função
Para atingir o título de “iPhone mais fino da história”, a Apple precisou abrir mão de recursos essenciais. O iPhone Air é comparado em espessura a uma roupa de mergulho, mas as concessões em hardware comprometeram a experiência do usuário.
| Recurso | iPhone Air | iPhone 17 (base) | Impacto na usabilidade |
|---|---|---|---|
| Sistema de som | 1 alto-falante (superior) | Som estéreo | Áudio limitado, sem efeito surround |
| Câmeras | 1 lente traseira | 2 lentes (wide e ultra-wide) | Fotos menos versáteis e com menor nitidez |
| Bateria | Capacidade reduzida | 15% maior | Duração insuficiente para uso intenso |
| Preço | US$ 200 mais caro que o iPhone 17 | — | Valor elevado sem entregar avanços práticos |
Usuários relatam queda de desempenho em chamadas viva-voz, reprodução de áudio inferior e qualidade fotográfica decepcionante.
Um dos casos mais repercutidos foi o de Robert Purdy, ex-gerente sênior de produtos da Apple, que devolveu o aparelho após um mês de uso. “O design é lindo, mas eles sacrificaram tudo”, afirmou Purdy.
Produção será reduzida drasticamente
Fontes ligadas à cadeia de suprimentos confirmaram que a Apple já iniciou ajustes na linha de montagem do iPhone Air, refletindo a queda acentuada na procura.
O analista Ming-Chi Kuo (TF International Securities) prevê que a produção cairá 80% até o primeiro trimestre de 2026, deslocando a capacidade para modelos da linha principal, como o iPhone 17 e o futuro iPhone 18.
Essa redução indica que o Air pode se tornar um dos modelos com menor tempo de vida útil na história da Apple, sendo descontinuado ainda em 2026.
Reação do mercado e da mídia
Apesar das críticas, o iPhone Air foi amplamente elogiado no lançamento por sua construção refinada e peso ultraleve. Entretanto, especialistas destacam que a Apple priorizou estética em detrimento de desempenho.
A analista Nabila Popal (IDC) classificou o Air como “uma jogada de marketing eficaz, mas sem impacto real em vendas”. Segundo ela, o modelo gerou buzz e curiosidade, mas “não conquistou o público que busca performance e longevidade”.
O que o futuro reserva: um passo para o iPhone dobrável?
Embora o iPhone Air possa ser lembrado como um fracasso comercial, analistas acreditam que ele serviu como experimento de design para a Apple testar materiais e componentes ultrafinos.
Rumores apontam que a tecnologia desenvolvida para o Air — especialmente no chassi e na bateria — pode ser reutilizada no primeiro iPhone dobrável, previsto para 2027, no aniversário de 20 anos do modelo original.
Conclusão
O iPhone Air representa um raro tropeço em uma linha marcada por sucessos consistentes. Mesmo com marketing agressivo e promessas de inovação, a Apple entregou um produto esteticamente bonito, mas funcionalmente limitado.
Com produção reduzida em 80% e baixa aceitação entre consumidores, o Air reforça uma velha lição do mercado: design por si só não vende smartphones.

